A Universidade Federal do Paraná (UFPR) iniciou estudos nos Mananciais da Serra, área localizada em Piraquara e preservada pela Sanepar, e identificou 113 espécies de libélulas abrigadas nesse pedaço da Mata Atlântica. Esse inseto é considerado um bioindicador, sinalizando a presença de rios limpos no ambiente e indicam a saúde geral de riachos, brejos, lagos e reservatórios, visto que são sensíveis a mudanças ambientais dos ecossistemas aquáticos. Além disso, são predadores vorazes e fazem o controle biológico de outras espécies vetores de doenças para o homem, como o mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue.

Os Mananciais da Serra, localizados em Piraquara, começaram a ser preservados em 1904, quando a Sanepar começou as obras do conjunto de 17 reservatórios de capitação de água para Curitiba. A estrutura foi utilizada até 2004 para abastecer a capital paranaense, em 2020 ela foi reativada por conta da crise hídrica.

A coleta do material ocorreu entre dezembro de 2018 e abril de 2019. Foram programadas 20 expedições, que resultaram no registro de 1.700 exemplares na área. O próximo passo da pesquisa é a elaboração de outros artigos científicos, com o detalhamento de cinco espécies ainda não descritas e os impactos dos reservatórios na fauna pesquisada. Com os dados levantados, o Paraná passa a ter a comprovação da existência em seu território de cerca de 12% das espécies de libélulas encontradas no Brasil.