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Estudante piraquarense é finalista em concurso do Ministério Público com o tema Trabalho Infantil

Publicado em 04/10/2021 às 00:00

O Ministério Público do Trabalho no Paraná divulgou, os 12 trabalhos selecionados na etapa estadual do Prêmio MPT na Escola de 2021. Entre eles, está o trabalho de Conto, do estudante, Vitor Vinícius Bassani da Silva, de 10 anos, do 5º ano C, da Escola Rural Municipal Marilda Cordeiro Salgueiro. Participaram 1.249 escolas de 114 municípios, 4025 educadores e educadoras e 106.252 estudantes nas categorias: Conto, Música, Poesia e Desenhos.

Vitor realizou o trabalho com acompanhamento das professoras: Margarete Novaes Godoy Machado, Juliana Martins Teixeira Morini, a Coordenadora Pedagógica, Francislaine Aparecida Meira e a Coordenadora Municipal do Projeto, Leandra Santos Zeni. O objetivo do concurso, promovido pelo Ministério Público, é envolver um número cada vez maior de pessoas na luta contra o trabalho infantil e o incentivo à aprendizagem.  

O estudante relata a expectativa do resultado do concurso e que não via a hora de voltar às atividades presenciais na escola. “Estou ansioso para o dia da premiação, que será no dia 08 de outubro. Antes eu só queria voltar para a escola, pois só ficar em casa, sem ver os amigos, era muito chato”, comenta Vitor.

A Professora Margarete Novaes Godoy Machado, que leciona nas disciplinas de Português, Matemática, Geografia e História, fala da emoção com o resultado e dos desafios das aulas remotas. “Quando recebemos a proposta do tema, estávamos em trabalho remoto, devido a pandemia, e desafio para que as crianças assimilem os conteúdos, são grandes. Então propusemos atividades diárias, com música, dança e em seguida orientamos sobre a estrutura do conto. Chorei de emoção em saber que todo o conteúdo foi aproveitado, eo trabalho do Vitor é prova disso”, destaca.  

Juliana Martins Teixeira Morini, Professora de Ciências, Educação Física, Letramento e Arte, afirma estar muito feliz. “É uma felicidade ver nossa escola como destaque com o trabalho do Vitor, acompanhamos ele desde pequeno. Temos que agradecer também a família dele, que em todo momento colaborou na execução do trabalho”, ressalta.

Confira na íntegra o texto do estudante:

Trabalho Infantil Indígena

Em uma cidade chamada Piraquara no bairro Guarituba, morava um menino chamado Vitor que tinha aproximadamente 10 anos de idade, vou contar uma coisa que aconteceu com ele há algum tempo atrás e que ficou para sempre marcado em sua memória.

Certo dia ele e seu padrasto foram de carro levar a mãe até o serviço dela, já era noite e o trabalho ficava bem longe da casa, quando de repente viu três crianças com sua mãe vendendo algumas coisas debaixo do viaduto da Rua Sete de Setembro em Curitiba.

Quando o carro foi se aproximando Vitor foi percebendo que a criança maior era uma menina e os dois menores, dois menininhos e o que vendiam eram artesanatos como: cestos, pulseiras e brincos enfeitados.

Toda vez que o sinal fechava, as crianças iam correndo até as janelas dos carros oferecerem os artesanatos e muitas pessoas não compravam as peças, mas acabavam dando dinheiro a elas.

Pelo jeito eles estavam dormindo na rua ou passavam a maior parte do tempo lá, porque estavam com colchões no chão, acho que estavam pelas ruas há vários dias. A mãe deles estava fazendo uns cestos bem bonitos e coloridos, acho que era para vender depois, porque eram iguais aos que estavam vendendo.

Naquele momento, além de muito impressionado, o garoto ficou pensando. Será que essas crianças não estudam? E se estudam, a quanto tempo não estão indo à escola e sim trabalhando ajudando a mãe? Pela aparência deles, pareciam ser índios. Índios também vão à escola?

 O menino ficou com muita pena deles por estarem nas ruas durante dias e noites, mesmo que só estivessem ajudando era um trabalho e ali elas estavam correndo muitos perigos. Vitor teve a certeza que durante o dia o lugar de criança é na escola estudando e não trabalhando, e a noite descansando, sendo elas indígenas ou não.

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