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Especialista orienta sobre cuidados e perigos da raiva

Publicado em 24/06/2013 às 00:00

Na última sexta (01) o especialista em morcegos, Gerson Goularte, veterinário da Unidade Veterinária de Curitiba da Secretaria Estadual de Agricultura e Abastecimento, esteve em Piraquara para uma palestra sobre os cuidados preventivos e os perigos da raiva. A equipe da Secretaria de Saúde, especialmente da Vigilância Sanitária de Piraquara esteve presente no evento. Gerson explicou o que é a raiva, suas consequências, como é possível controlar e como evitar. Além disso, esclareceu a legislação referente à doença: por exemplo, para animais mortos com suspeita de raiva, é obrigatório o aviso para a Secretaria de Saúde ou de Agricultura no município.

A raiva é uma doença incurável e a única forma de prevenção é a vacina. A doença é causada por um vírus que ataca o sistema nervoso em qualquer mamífero, inclusive nos homens. O principal transmissor da raiva para os animais de criação como bovinos, equinos, caprinos e suínos é o morcego hematófago, que se alimenta de sangue. Ao morder estes animais ele transmite a doença. Porém, como os morcegos, independente da espécie, convivem no mesmo ambiente, eles passam a doença entre si, o que torna todos passíveis de transmissão para outros animais. Existem na natureza 1500 espécies de morcegos, sendo apenas três hematófagos. Como o município de Piraquara tem uma grande área rural e algumas cavernas, há uma população considerável de morcegos. Por isso os cuidados com os animais de criação, além de cães e gatos, devem ser redobrados na região. A Secretaria Estadual tem cadastrados todos os focos de morcegos do Paraná, que hoje são mais de 730. O Estado é considerado território com raiva canina controlada, porém cães e gatos também podem contaminar-se com esta raiva proveniente do morcego.

Todos os animais herbívoros domésticos devem ser vacinados com a antirrábica a partir dos três meses de idade, um reforço depois de 30 dias e depois uma vez ao ano. Segundo o especialista Goularte, "a vacina é realmente eficiente na prevenção da doença". A responsabilidade de vacinação é dos proprietários e a vacina é facilmente encontrada em agropecuárias, aviários e farmácias veterinárias. O valor é baixo, em média R$ 1,00 a dose. Os principais sinais da doença nos animais são: isolamento do rebanho, mugidos roucos e frequentes, dificuldade para defecar e urinar, engasgo e salivação abundante, andar cambaleante, paralisia e morte. Gerson conta que em 2012 houve 139 casos de raiva em animais herbívoros como cavalos e bois, atingindo 49 municípios do Estado. Neste início de ano já houve 25 casos confirmados, em 11 municípios.

Para moradores da área rural ou profissionais que trabalham nestas áreas e com animais é aconselhável a vacinação de pré-exposição antirrábica. Para os humanos expostos a estas situações a vacina é feita uma vez e anualmente há reforço dos anticorpos através de sorologia.

Em caso de suspeita, morte de animal por causa desconhecida, ou se for constatado algum dos sinais da doença, o proprietário deve comunicar imediatamente a Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Agricultura para que sejam feitos exames e os procedimentos necessários. Se encontrar algum morcego no chão, ou voando durante o dia, não se deve tentar pegá-lo ou tocar nele, pois pode estar infectado. O correto é avisar a Secretaria pelo telefone 3673-8555.

No caso de sofrer mordedura, lambedura ou arranhão de morcegos, cães ou gatos, a orientação é lavar o ferimento com água corrente e sabão ou detergente e procurar rapidamente uma Unidade de Saúde (US). Caso haja contato com animais suspeitos de contaminação também se deve procurar a Unidade mais próxima, pois o humano pode ser infectado em contato com saliva, sangue e mucosas. Todas as USs têm a vacina antirrábica e os profissionais estão aptos a orientar a população sobre a prevenção da doença. Mas a melhor prevenção mesmo é manter a vacinação de cães, gatos e animais de criação em dia.